terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quando é hora de ser feliz?

Não é de hoje que escuto o provérbio “a felicidade não é uma estação onde chegamos, mas o modo de viajar”. Ando de ônibus praticamente todos os dias e sei que uma viagem é diferente da outra. Algumas vou em pé, outras consigo lugar para sentar, em algumas fico me sentido como uma sardinha dentro da lata e em poucas consigo ficar confortável. Claro que a forma como irei me acomodar dentro do coletivo não depende só de mim, mas o estado de espírito com que vou encarar essa situação, sim.

O vocacionado à infelicidade pensa: “Lá vou eu, pobre e sem dinheiro pra ter um carro, andar de ônibus de novo.” “Por que essa gente não vai a pé ao invés de se amontar aqui dentro?” “Só falta essa lata velha quebrar e eu chegar atrasado de novo”.

O homem de bom humor, diverte-se: “Lá vou eu, mais uma dia para o trabalho, graças a Deus”. “Esse ônibus é igual a coração de mãe, sempre cabe mais um”. “O ônibus velho é igual panela velha, quanto mais velho, mais aguenta o tranco”.

Depois da brincadeira, a pergunta que faço é: como estamos encarando a nossa vida? Só enxergamos a mancha preta na parede branca ou conseguimos visualizar a parede branca e ignorar a mancha de sujeira? Parece ser irresistível não enxergar o defeito nosso e do outro. Soa como impossível aceitar um elogio sem arrumar desculpas para justificar nossa qualidade. Onde foi parar o bom humor e a história de que entra em um ouvido e sai no outro?

A impressão que tenho é que a sociedade é expert em criar motivos para dizer não à felicidade. Por conta disso, as coisas simples da vida, os momentos bonitos do dia a dia e até as situações que nos deixam mais contentes, não são encarados como chances de aprender a ser feliz. Não espere pelo impossível e o inesperado. É com apenas um raio de sol que o dia começa a amanhecer.

Imagem: reprodução

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