sexta-feira, 18 de março de 2011

Qual é o tamanho do amor de Deus?

Dimensionar o tamanho do amor de Deus para com seus filhos é uma tarefa impossível. Por mais que se queira, jamais conseguerimos dizer o quanto mede o infinito. Compreender o mistério desse amor também não nos cabe, na qualidade de filhos precisamos apenas aceitá-lo. No entanto, o Evangelho nos dá pistas de como é e até onde pode chegar o amor do Pai. Em São Mateus, Jesus nos diz: "Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem!" (Mt 7, 9-11)

Ontem os telejornais foram um verdadeiro festival de noíticas ruins, um reflexo do período conturbado porque passa o mundo. Mas em meio a tanta tragedia, o amor de um pai me comoveu. A televisão divulgou no dia 17 de março novas imagens do tsunami que atingiu o Japão. Nesta gravação, um pai, com dois filhos pequenos, sobe em carros empilhados para tentar escapar da força das águas. O homem ficou por mais de três horas ilhado, com os dois filhos no colo. As crianças aparentavam ter 2 e 5 anos.


Meu filho tem 4 anos e pesa quase 20 quilos. Consigo segurá-lo em meu colo por cinco minutos. Um tempo superior a isso representa dores nas costas, braços e muito cansaço. Imaginem como estava o corpo desse pai? Além do medo de ser levado pelas águas e presenciar a possível morte de seus filhos, ainda teve que suportar o cansaço físico e mental para salvar a vida de seus primogênitos. Como é possível isso? Somente através do amor.

Se esse pai conseguiu ter tanto apreço pela vida de seus filhos, o que Deus não poderá fazer pela nossa vida? Em Isaías está escrito "eis que tenho o teu nome escrito em minhas mãos". Deus é capaz de realizar maravilhas em nossa vida. Basta deixarmos que seu amor nos transforme.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Viver um dia de cada vez

O passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Portanto, o que nos resta é o agora. A regra é simples e conhecida por todos, mas apesar disso, a humanidade insiste em viver o hoje pensando no amanhã. A cada dia que passa as pessoas estão mais ocupadas, com mais e mais compromissos. Tudo é para ontem e nada pode esperar.

Parece que há no ar um sentimento de ansiedade coletiva, onde é preciso saber de tudo e ao mesmo tempo comunicar a todos aquilo que acontece. Alguns estudiosos dizem que o fenômeno foi promovido pela velocidade da informação. Acredito que a tecnologia seja apenas um dos fatores do comportamento da pressa.

Nas últimas semanas, o Evangelho chama atenção para uma atitude nada habitual nos dias de hoje: viver um dia de cada vez. Na primeira passagem Jesus dizia. "Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas próprias preocupações! Para cada dia , bastam seus próprios problemas" (Mt 6, 33-34). A frase foi dita há dois mil anos e mesmo assim não precisa ser atualizada sequer uma vírgula. Já no segundo dia da Quaresma, Cristo lança um desafio. "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me" (Lc 9,22). 

Chamo atenção que em comum nos dois trechos está a palavra cada. O que Jesus quis nos ensinar com isso? Cada dia é diferente do outro e a cada novo pôr do sol, Deus nos desafia a sermos santos novamente. Se para cada novo dia tenho os meus próprios problemas, não vou criar novas preocupações pensando sobre o que deve ocorrer amanhã. 

Se Deus me convida a segui-Lo, o convite se renova a cada dia. Jesus, dessa forma,. quer nos alertar que não podemos nos acomodar, pensando que a conversão é um ponto de chegada enquanto que, na realidade, é um processo permanente, ou criar o hábito de fazer uma tempestade em um copo d'água, deixando os problemas esconderem a beleza da vida. É como Jesus ensinou no Pai-nosso: o pão nosso de cada dia nos dai hoje. É como diz o provérbio: um passo de cada vez.